Tipos de estratificação social
Tipos de Estratificação Social
A estratificação social indica a existência de
diferenças, de desigualdades entre pessoas de uma determinada sociedade. Ela
indica a existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes.
São três os principais tipos de estratificação
social:
- Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais,
fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária;
- Estratificação política:
baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não
têm poder);
- Estratificação
profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a
cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade
valorizamos muito mais a profissão de médico do que a profissão de
pedreiro.
É importante ressaltar que todos os aspectos de uma
sociedade – economia, política, social, cultural, etc. – estão interligados.
Assim, os vários tipos de estratificação não podem ser entendidos
separadamente. Por exemplo, as pessoas que ocupam altas posições econômicas em
geral também têm poder e desempenham posições profissionais valorizadas
socialmente.
Também importante lembrar que a constituição de
sociedades estratificadas socialmente é um fenômeno histórico; ou seja, as
diferenciações sociais e a formação de suas características ocorrem em função
de processos históricos explicáveis dentro de suas próprias lógicas. Portanto,
não são fenômenos “naturais”, derivados de alguma lógica exterior ao próprio
ser humano. São processos construídos por agentes humanos que se opõem, sob a
forma de grupos, no campo do conflito.
A estratificação social é a divisão da sociedade em
estratos ou camadas sociais. Dependendo do tipo de sociedade, esses estratos ou
camadas podem ser: castas (Índia), estamentos (Europa Ocidental durante o
feudalismo) e classes sociais (sociedades capitalistas).
Existem sociedades em que os indivíduos
nascem numa camada social mais baixa e podem alcançar, com o decorrer do tempo,
uma posição social mais elevada. No entanto, existem sociedades em que, mesmo
usando de toda a sua capacidade e todo os seus esforços, o indivíduo não
consegue alcançar uma posição social mais elevada. Nesses casos, a posição
social lhe é atribuída por ocasião do nascimento, independentemente de sua
vontade e sem perspectiva de mudança. Ele carrega consigo, por toda a vida, a
posição social herdada.
A sociedade indiana é estratificada dessa maneira;
um sistema de estratificação social muito rígido e fechado que não oferece a
menor possibilidade de mobilidade social. É o sistema de castas que, por exemplo, permite casamentos
apenas entre pessoas de uma mesma casta. Tal sistema de castas foi abolido oficialmente em 1947, mas a força da
tradição faz com que persista, na prática, até os dias de hoje.
Estamentos
A sociedade feudal da Europa na Idade Média foi um
exemplo típico de uma sociedade estratificada em estamentos.
Estamento ou estado é uma camada social
semelhante à casta, porém mais aberta. Na sociedade estamental a mobilidade
social ascendente é difícil, porém não impossível, como na sociedade de castas.
Na sociedade feudal, os indivíduos só muito
raramente conseguiam ascender socialmente. Essa ascensão só era possível em
alguns casos: quando a Igreja recrutava, em certas ocasiões, seus membros entre
os mais pobres, caso o rei conferisse um título de nobreza a um homem do povo,
ou ainda se a filha de um rico comerciante casasse com um nobre, tornando-se,
assim, membro da aristocracia.
Essas situações eram difíceis de acontecer e
normalmente as pessoas permaneciam no estamento em que haviam nascido.
Classes
sociais
Podemos dividir a sociedade capitalista em dois grupos, segundo sua
situação em relação aos elementos da produção: proprietários e não
proprietários dos meios de produção. As relações de produção dão origem a duas
camadas sociais diferentes. A essas camadas damos o nome de classes sociais.
Classicamente, designamos essas classes sociais como burguesia e proletariado.
Apesar de ser correntemente usada para
designar as camadas sociais em vários momentos da história da humanidade, esta
designação é aplicada com maior precisão para a sociedade capitalista. Assim, o
prestígio social, o poder político e a capacidade de consumo de luxo, de modo
geral, são privilégios dos proprietários dos meios de produção.
As transformações por que passaram as sociedades capitalistas no
século XX também nos mostram que houve mudanças significativas na sociedade
capitalista tornando-a muito mais complexa do que em sua fase inicial de
desenvolvimento. A mudança mais notável foi o crescimento de uma forte e
volumosa classe média nos países centrais do capitalismo, ocupando funções nos
diversos setores dos ramos de prestação de serviços e da pequena e média
propriedade. Assim, a análise das sociedades capitalistas do final do século XX
deve, necessariamente, levar em consideração esta camada social intermediária
entre os proprietários e os não proprietários dos meios de produção.
Texto adaptado de Oliveira, Pérsio Santos de;
Introdução à Sociologia, São Paulo, Ática, 1997, 17ª edição, pp. 71-80.
Disponível em: http://cafecomsociologia.com/2010/07/estratificacao-social-parte-1.html.
Acesso em 04/08/2017
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